terça-feira

PF confecciona dois retratos falados por mês que auxiliam na identificação de criminosos

 
Um quebra-cabeça com fotografias de formatos de rostos, olhos, bocas, narizes. Informações sobre a cor da pele, tatuagens ou cicatrizes, e, pelo menos duas horas depois, a imagem aproximada de um criminoso está pronta na tela do computador. 
O retrato falado é uma composição fotográfica montada a partir de informações descritas por vítimas ou testemunhas sobre características físicas do suspeito de um crime. O trabalho é realizado por papiloscopistas, peritos treinados para desvendar a autoria de delitos, não apenas através de retratos falados, mas também a partir de impressões digitais encontradas em locais de crime.
Na Superintendência Regional da Polícia Federal na Paraíba, o setor de identificação confecciona uma média de dois retratos falados por mês, que auxiliam a população a identificar criminosos e fornecer informações sobre suspeitos para a polícia. “Mesmo não sendo uma cópia perfeita, o retrato falado reduz o universo de suspeitos de ter cometido um crime. Após o processo de confecção ser concluído, a vítima determina o grau de semelhança entre a figura e a imagem do suspeito do crime”, esclareceu José Hibernon de Olinda, de 35 anos, que trabalha há seis como papiloscopista da PF.
De acordo com o Policial Federal, o sistema de informações criminais que dá suporte para a confecção de retratos falados, o Horus, foi montado com imagens de presidiários do sistema penitenciário brasileiro. “Há cerca de três anos houve uma modernização do sistema, que ampliou as opções de características físicas e passou a confeccionar imagens coloridas. Neste novo sistema, 99% do banco de imagens foi montado com fotografias de detentos, com opções para todas as cores de pele, formato de olhos, boca e sobrancelha, por exemplo”, destacou Hibernon.
Foi no setor de identificação da Polícia Federal que uma menina de nove anos de idade, identificada como a primeira vítima do maníaco sexual Fábio Pereira, deu informações para confecção do retrato falado do acusado. “Os papiloscopistas da PF atuam para desvendar a identidade de pessoas envolvidas em crimes contra a União, como assaltos a agências dos Correios e Caixa Econômica, por exemplo, mas nada impede que a Polícia Civil solicite nossa ajuda em casos de grande repercussão, como este que foi elucidado no último mês”, explicou o papiloscopista Marcelo Guedes, de 32 anos, que trabalha na PF há cerca de seis anos.
Uma impressão digital identificada por papiloscopistas da Polícia Federal foi a prova de crime capaz de solucionar o furto milionário ao Banco Central de Fortaleza, registrado em agosto de 2005. “O trabalho executado pelo papiloscopista é tão importante quanto o que é realizado pelos policiais que investigam e prendem acusados de cometer crimes. Analisamos a cena do crime a procura de impressões digitais que possam revelar a autoria do crime e, há mais de 100 anos, produzimos laudos de perícia papiloscópica”, destacou o policial federal Herbert Berger.
Da Redação com O Norte

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