sexta-feira

Falta de cimento no mercado faz preço do produto subir até 66%

A escassez de cimento no comércio de João Pessoa já elevou o preço do saco de 50 quilos de R$ 18,00 para até R$ 30,00, alta de 66% em apenas 15 dias, período que o fornecimento do produto para lojistas e distribuidores piorou. A falta do produto carro-chefe da construção civil já causa desde redução de ritmo nas obras de habitação, passando por encarecendo de pequenas reformas nos lares e até perda de receita no varejo da construção.
O gerente de compras da loja O Mestre, Divaldino de Sá Júnior, afirmou ontem que há quase três semanas o produto não é fornecido. “Os representantes do produto sequer atendem mais o telefone. O último caminhão que recebi com 240 sacos de 50 kg de cimento foi no final de julho e o produto não chegou a entrar na loja, pois foi revendido para a cidade de Solânea.
A ausência de explicações das indústrias de cimento e dos representantes provoca uma onda de boatos pelo comércio da cidade. Alguns falam que a oferta do produto é especulativa para forçar a elevação do preço, alguns falam até que o produto está sendo direcionado para os Estados vizinhos para as obras da Copa do Mundo. Além disso, não entendemos também por que alguns depósitos e lojas continuam recebendo e outros, não”, acrescentando que a ausência do produto reduziu a margem de faturamento da empresa.
Se no varejo reclama da falta do produto para faturar, os consumidores reclama do preço. A alta do cimento vem elevando as contas de quem reforma a casa. O professor universitário Daniel Ferreira da Silva procurou o produto em quatro lojas no bairro do Bessa na última semana e não encontrou.
“Somente com uma encomenda, encontrei 10 dos 25 sacos que preciso para realizar uma pequena reforma na minha casa. O valor acertado era de R$ 25,00, mas paguei R$ 26,00 na entrega. Já em julho, o produto poderia ser encontrado no comércio por R$ 17,50, mas alguns já estão vendendo por até R$ 30,00. Como não posso adiar a obra. Já contratei mão-de-obra e comprei os produtos. Outro trabalho será agora encontrar os 15 sacos restantes”, comentou.
O empresário da construção civil Waldemir Lopes de Andrade confessa que a redução do produto provocou mudanças no ritmo e na rotina de trabalho das obras. “Como clientes da indústria, temos uma situação menos complicada, mas o nosso pedido de cimento de 400 sacas/mês está sendo atendido parcialmente. Diante dessa situação, tivemos de mudar o foco da obra para reduzir o consumo”.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Irenaldo Quintans, diz que a escassez do produto no mercado paraibano já preocupa o setor. “O cimento é o principal insumo da construção e continua insubstituível. Como o consumo é altíssimo, houve desequilíbrio entre oferta e demanda. Caso se prolongue, poderá prejudicar o ritmo das obras e elevar o custo”, revelou Irenaldo, que acredita mais “em excesso de demanda.

Da Redação com Paraíba 1

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