terça-feira

Juíza morta em Niterói temia processo de policial, diz família

Juíza morta em Niterói temia processo de policial, diz família


Parentes e conhecidos da juíza Patrícia Acioli, morta na última quinta-feira (11) em Niterói (RJ), disseram à polícia que ela temia um julgamento marcado para ontem a ponto de alterar sua rotina.

Imagem mostra juíza Patricia Lourival Acioli, morta a tiros quando chegava em casa na última quinta-feira em Niterói
Imagem mostra juíza Patricia Lourival Acioli, morta a tiros quando chegava em casa na última quinta-feira em Niterói
A informação é da reportagem de Marco Antônio Martins, Rodrigo Rötzsch e Ítalo Nogueira publicada na edição desta terça-feira da Folha. A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
O caso que a juíza temia é o do policial civil aposentado Luiz Jason Tosta Pereira, acusado de ser um dos responsáveis por uma chacina de cinco homens em São Gonçalo, em 1993. Em março, Jason foi posto em liberdade após ter o habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Rio.
Com a proximidade do julgamento, Patrícia Acioli evitava sair de casa. Segundo parentes, essa rotina passou a ser comum a partir de fevereiro, quando as ameaças contra ela aumentaram.
A Folha tentou entrar em contato com o advogado de Jason, mas ninguém atendeu o telefone em seu escritório.
O CRIME
A juíza foi morta às 23h45 de quinta, quando chegava em sua casa após uma sessão no fórum de São Gonçalo, na região metropolitana. De acordo com o delegado Felipe Ettore, responsável pela investigação do assassinato, Acioli foi morta com 21 disparos por um procedimento de emboscada.
Segundo a polícia, imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que os criminosos fugiam após o crime. Testemunhas afirmaram que eles estavam em dois carros e duas motos, mas o número exato de criminosos que participaram da ação ainda é desconhecido.
A polícia não descarta nenhuma linha de investigação. Há suspeitas contra milícias, grupos de extermínio, agiotas, máfias de vans e até de crime passional.
A juíza, além de ter sofrido várias ameaças por causa de suas decisões rigorosas contra policiais corruptos --estava na "lista negra" de um traficante--, teve registros de agressão do namorado, o cabo da PM Marcelo Poubel, em pelo menos duas ocasiões.
Segundo a Secretaria de Segurança do Rio, foi registrada queixa contra o policial em 2006 por uma "surra" que ele teria dado na juíza publicamente, em uma churrascaria.
No começo deste ano, quando estavam separados, ele invadiu a casa de Acioli e a flagrou no quarto com outro homem --um agente penitenciário. Uma queixa por agressão contra o policial foi registrada na 81ª DP (Itaipu).
Recentemente, a juíza reatou o relacionamento com o policial. A Folha não conseguiu localizar Poubel.
Na sexta-feira (12), ele prestou depoimento durante seis horas na Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca, que investiga o caso, e também foi ouvido pela Corregedoria da PM.

Editoria de arte/Folhapress


A Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário